domingo, 28 de junho de 2015

O AMOR E O PRÓXIMO

Acredito no amor. Em todas as suas formas. Porque amar é um processo de contínua aprendizagem. À medida que vivemos, vamos modificando nossa maneira de sentir e expressar o amor. Vamos ficando mais à vontade, mais abusados para permitir amar e pronto! Sem dar muita satisfação a nós mesmos, apenas deixamos o amor acontecer.

Amor à natureza, amor aos animais, amor a quem acreditamos amar e amor a quem temos dificuldade de amar.

As experiências da vida nos convidam a exercitar o amor, a aperfeiçoa-lo e entende-lo no contexto de nossos relacionamentos.

O conteúdo das transações é o carinho, o afeto e sua forma mais pura e gratificante: o amor.

Por amor, nos aproximamos. Por amor, nos afastamos. Por amor, sorrimos. Por amor, choramos. Nosso silêncio pode ser uma das formas de expressar nosso amor. Nossas doenças, uma das formas de revelar a falta dele. Nossos atalhos para o amor geralmente são dolorosos, mas servem como mecanismo de sobrevivência em alguns momentos da vida. Nossos encontros e desencontros são apelos emocionais fartos de esperança para vivenciar o amor.

Não há uma única forma de amar. Cada um de nós ama do seu jeito.

O amor não tem dono. Por isso posse e amor não combinam. O ciúme é o amor doente. A raiva, o amor ao contrário. A indiferença revela a ausência do amor.

Nossos valores podem ditar quem devemos amar. Nossas condutas podem ser coerentes com os valores que determinam quem devemos amar. Porém, nosso coração sabe exatamente o que sentimos e por quem sentimos.

Amamos pessoas conhecidas e desconhecidas. Muitas vezes, amamos mais as desconhecidas do que as conhecidas, por ser mais fácil e superficial.

Como assim? Explico: muitas pessoas são muito caridosas, se engajam em ações que beneficiam “o próximo”. Sim, aquele próximo desconhecido, que passa fome, frio, dificuldades materiais. Fazem trabalhos voluntários, doações de tempo, dinheiro. São trabalhadores ativos em comunidades, convictos de estarem fazendo o bem “ao próximo”. E realmente estão. Envolvidos em um amor ao próximo desconhecido, muitas vezes não conseguem ter sensibilidade para amar “o próximo” conhecido. Aquele que trabalha na mesa ao lado, que mora na casa ou apartamento ao lado, aquele que cruzou no caminho da vida por algum motivo precisando não de um prato de comida, mas de um pouco de respeito e consideração. Sem estar faminto, com frio, calor, sede, ele não pede uma cesta básica. Se ele puder pedir algo, será: "que se coloque no meu lugar e faça a mim o que gostaria que lhe fizessem".  

Somos imperfeitos.
Que o nosso orgulho e covardia não nos impeçam de admitir, ao menos para a nossa consciência, o que podemos fazer por este nosso conhecido - o “próximo”.

KÁTIA RICARDI DE ABREU
Psicóloga CRP 06/15951-5


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