sexta-feira, 30 de maio de 2014

EU, A POLÍTICA, A COPA E AS CAPIVARAS

 Fiz o Curso de Psicologia na época da ditadura. Estas fotos mostram os rostos da minha turma na Avenida Francisco Glicério, em Campinas-SP, marchando e cantando e seguindo a canção de Geraldo Vandré. Foram muitas passeatas. Nós acreditávamos que a democracia faria do nosso país - o gigante adormecido, um país melhor.
Hoje, 34 anos depois, nossa turma ainda se reúne pelo menos uma vez por ano. Nosso próximo encontro será em Serra Negra, em outubro. As canções nos violões vão rolar. As músicas, já sabemos de cor. O brilho nos olhos de todos estes rostos continua, porque estamos trabalhando por um país melhor. Fizemos da Psicologia, não só uma profissão, mas um instrumento de transformação individual e social. Eu, particularmente, aluna aplicada da matéria "Estudo de Problemas Brasileiros", ministrada por um militar com um nome esquisito - Enjolras (não é sigla, é nome mesmo!), hoje passo longe dos assuntos políticos e me sinto enojada com o pouco que leio nos jornais sobre o que nossos representantes estão fazendo com aquele nosso querido gigante adormecido dos anos 80.
A Copa do mundo  parava o país porque acreditávamos nesta grande oportunidade de mostrar ao mundo nossos talentos no futebol brasileiro. "Prá frente Brasil do meu coração, todos juntos, vamos, salve a seleção!", era o hino que saía de nosso lábios e nossos corações vibrantes de alegria. A Copa do mundo não parecia um instrumento de manipulação de massas, naquela época. Ou será que eu, tão imatura, não percebia o que percebo hoje? Acreditava  nos benefícios da democracia, participava de passeatas e ainda torcia para o Brasil ganhar a Copa. Cada gol era comemorado com muitos gritos, pulos, e uma chuva de papéis jogados pela janela do vigésimo andar do Edifício Mirante, na Avenida Moraes Sales, onde eu morava. Quanta esperança!
Não sinto mais vontade de assistir os jogos da Copa. Só me resta apreciar as capivaras, tão ingênuas passeando por aqui, perto da minha casa, às margens deste Rio Preto. Feliz da vida, as capivaras e eu!

quinta-feira, 29 de maio de 2014

VALORES, GRATIDÃO, ABUNDÂNCIA

Não é raro surpreendermo-nos com os pensamentos voltados para a metade do copo que está vazia, e não para a metade do copo que está cheia. Ou seja, ficamos pensando em coisas que não temos e deixamos de considerar, lembrar e valorizar o que temos.
Agradeçamos ao Universo o que ele nos enviou: saúde,  amigos, trabalho, moradia,  talentos, enfim,  tudo que possuímos de material ou não.
Em seguida, agradeçamos o que ele não nos enviou, poupando-nos de muitos transtornos e sofrimentos.

Vulneráveis às armadilhas do "ter", corremos o risco de aceitar os atalhos para recompensas ilusórias, saciando nossas necessidades emocionais de forma superficial e portanto, passageiras.
Quando fortalecemos nossa estrutura psíquica através do autoconhecimento, entramos em contato com nossas necessidades emocionais, aprendemos a suprí-las  autêntica e verdadeiramente e como consequencia, recusamos todas as formas de gratificação ilusória.  Passamos então,  a enxergar a metade do copo que está cheia e a sensação de abundância acabará reinando em nossas vidas.
Tudo flui no Universo!

quarta-feira, 28 de maio de 2014

FACEIRICES DE OUTONO

FACEIRICES DE OUTONO

A temperatura cai e ela abre a gaveta procurando o agasalho que mais possa aquecer seu corpo. Porque sua alma anda muito bem agasalhada. Ah se não fosse ela mesma, nada estaria tão bem!
Sente-se confortável naquele corpo, agora quentinho. E então abre sua mente para as faceirices mais intrigantes. Paisagens geograficamente distantes a atraem, composições da natureza e criatividade que unem o simples com o aconchegante, fazem de seus poucos minutos livres, verdadeiro bálsamo que alimenta e sacia sua sede de viver.

Livros a aguardam a poucos metros de suas mãos enquanto sua mente ferve de ideias. Não, agora ela não pode parar. Dispara anotações no seu caderninho secreto, para não esquecer alguma delas. Sabe que sua memória pode falhar, detalhes podem ficar esquecidos.
Nada concreto, mas ela não desiste. Continua inspirada e inspirando-se para que, a qualquer momento, possa transformar seus sonhos em realidade.
Se ela pudesse caminhar, sair desta cadeira de rodas, conheceria todas estas paisagens mesmo que fosse à pé. Sem se lamentar, viaja pelo mundo, assiste tudo pela janela virtual e imagina sentir o cheiro daquelas flores, ouvir o barulho daquelas ruas.
Ah, se ela pudesse andar...