FAXINA
Dia ensolarado e quente. Minha inquietude fazia borbulhas dentro de mim. Quem sabe se eu fizesse alguma coisa... arrumar o meu armário! Isso! Arrumar armários, gavetas, nunca é demais! A gente sempre encontra alguma coisa ali guardada que desperta alguma lembrança ou que já está na hora de descartar.
Lá fui eu toda animada, apesar da temperatura estar mais propícia para um mergulho, obviamente não dentro do armário.
E de repente me peguei fazendo uma faxina muito mais interna do que externa. Borbulhava em mim sentimentos, emoções, que eu fui levemente conectando, ouvindo, decifrando. Foi inevitável. Dormi e amanheci angustiada, mas pronta para minhas decisões.
Hoje o dia está nublado, a temperatura mais amena. O sol não brilha tão audaciosamente como ontem. Coloco meus tênis para uma caminhada e sei que lá vou eu novamente mergulhar dentro de mim enquanto caminho.
Que coisa mais irritante, não consigo sair da subjetividade! Ou talvez deva fazer uma outra leitura de mim. Parar de me incomodar com este meu lado que pode estar mais para corajoso do que para irritante. Talvez... Porque é preciso muita coragem para fazer uma faxina interna.
Lá vou eu dar meus passos longos e rápidos na calçada da vida. Lá vou eu abandonar o que não mais me faz bem e percorrer caminhos desafiadores na estrada evolutiva.
A angústia ainda me ronda. Mas sei que logo chegarei naquele lugar confortável dentro de mim, que me diz: Kátia, foi melhor assim!
Mais tarde vamos brindar a passagem para um novo ano. Eu vou brindar mais que isso. Vou brindar a passagem para uma nova etapa da minha vida.
Tim-tim! Feliz vida nova!
Kátia Ricardi de Abreu
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