Acredito no amor. Em todas as
suas formas. Porque amar é um processo de contínua aprendizagem. À medida que
vivemos, vamos modificando nossa maneira de sentir e expressar o amor. Vamos
ficando mais à vontade, mais abusados para permitir amar e pronto! Sem dar
muita satisfação a nós mesmos, apenas deixamos o amor acontecer.
Amor à natureza, amor aos
animais, amor a quem acreditamos amar e amor a quem temos dificuldade de amar.
As experiências da vida nos
convidam a exercitar o amor, a aperfeiçoa-lo e entende-lo no contexto de nossos
relacionamentos.
O conteúdo das transações é o
carinho, o afeto e sua forma mais pura e gratificante: o amor.
Por amor, nos aproximamos. Por
amor, nos afastamos. Por amor, sorrimos. Por amor, choramos. Nosso silêncio
pode ser uma das formas de expressar nosso amor. Nossas doenças, uma das formas
de revelar a falta dele. Nossos atalhos para o amor geralmente são dolorosos,
mas servem como mecanismo de sobrevivência em alguns momentos da vida. Nossos
encontros e desencontros são apelos emocionais fartos de esperança para vivenciar o amor.
Não há uma única forma de amar.
Cada um de nós ama do seu jeito.
O amor não tem dono. Por isso
posse e amor não combinam. O ciúme é o amor doente. A raiva, o amor ao
contrário. A indiferença revela a ausência do amor.
Nossos valores podem ditar quem
devemos amar. Nossas condutas podem ser coerentes com os valores que determinam
quem devemos amar. Porém, nosso coração sabe exatamente o que sentimos e por
quem sentimos.
Amamos pessoas conhecidas e desconhecidas.
Muitas vezes, amamos mais as desconhecidas do que as conhecidas, por ser mais
fácil e superficial.
Como assim? Explico: muitas
pessoas são muito caridosas, se engajam em ações que beneficiam “o próximo”.
Sim, aquele próximo desconhecido, que passa fome, frio, dificuldades materiais.
Fazem trabalhos voluntários, doações de tempo, dinheiro. São trabalhadores ativos
em comunidades, convictos de estarem fazendo o bem “ao próximo”. E realmente
estão. Envolvidos em um amor ao próximo desconhecido, muitas vezes não
conseguem ter sensibilidade para amar “o próximo” conhecido. Aquele que
trabalha na mesa ao lado, que mora na casa ou apartamento ao lado, aquele que
cruzou no caminho da vida por algum motivo precisando não de um prato de
comida, mas de um pouco de respeito e consideração. Sem estar faminto, com
frio, calor, sede, ele não pede uma cesta básica. Se ele puder pedir algo, será: "que se coloque no meu lugar e faça a mim o que gostaria que lhe fizessem".
Somos imperfeitos.
Que o nosso orgulho e covardia
não nos impeçam de admitir, ao menos para a nossa consciência, o que podemos
fazer por este nosso conhecido - o “próximo”.
KÁTIA RICARDI DE ABREU
Psicóloga CRP 06/15951-5
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